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Em Meio à Crise Hídrica em SP, Rede de Fastfood Estuda Tirar Água do Ar

Mc Donald's pode usar máquina para produzir refrigerantes da Coca-Cola. Criador diz que redes têm dificuldade de manter qualidade das bebidas.



Em meio à crise hídrica em São Paulo, rede de fastfood Mc Donald's estuda tirar água do ar para produzir refrigerante (Foto: Isabela Leite/G1)Mc Donald's estuda tirar água do ar para fazer em
meio à crise hídrica (Foto: Isabela Leite/G1)


O Mc Donald's estuda usar um equipamento que retira água do ar para produzir refrigerantes da Coca-Cola vendidos nas unidades da rede de restaurantes fastfoodem São Paulo. Basicamente, a máquina em análise pelas duas redes retira a umidade do ar e produz água potável, que depois será misturada com o xarope fornecido pela Coca-Coca e gás carbônico.
O engenheiro mecatrônico Pedro Ricardo Paulino, criador da "máquina que fabrica água", disse ao G1 que foi procurado pelas redes por causa da crise hídrica no estado e também pela dificuldade de manter o padrão de qualidade das bebidas finalizadas nos postmix (máquinas de refrigerante).
"Primeiro foi a questão da falta d'água. E, quando ela [água] vem, está ruim. Eles tiveram problemas com o fornecimento no ano passado, e já foram avisados que pode faltar de novo", disse. O engenheiro já iniciou a produção dos equipamentos e deve entregar as primeiras unidades este mês. A fábrica deve produzir 150 unidades para o Mc Donald's em São Paulo.
Pedro Paulino explicou que, basicamente, a umidade do ar é captada, passa por um processo de condensação e depois filtragem. O resultado, segundo o engenheiro, é uma água potável e que garante o padrão de qualidade dos refrigerantes da Coca servidos nas unidades da rede de restaurantesfastfood.

A Coca-Cola e o Mc Donald's informaram, em nota, que aguardam um estudo de viabilidade técnica para definir se o projeto será viável. As empresas disseram ainda que os sistemas de filtragem de água em uso nos atuais postmix são eficientes e monitorados periodicamente.

Modelos e popularização
A fábrica da "máquina de fazer água" fica em Valinhos, no interior de São Paulo, e produz diversos modelos do equipamento. "Estamos no contrário da maré. Teve muita gente que está deixando pra última hora para comprar os equipamentos. Eles pensam: ‘vamos ver, se chover no começo do ano, a gente compra em junho’. Mas a gente sabe que tem uma demanda grande", afirmou.


Máquina criada por engenheiro pode produzir até cinco mil litros de água, em Valinhos (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)Máquina criada por engenheiro produz água a partir
do ar (Foto: Fernando Pacífico/G1 Campinas)



Os modelos grandes, destinados a clientes comerciais, custam em média R$ 100 mil para produção de 500 litros por dia, no mínimo. Cada módulo ocupa 2,8 metros de comprimento por 1,2 metro de largura e 1,7 de altura. Um reservatório no próprio equipamento tem capacidade para armazenar 800 litros.
Outro modelo, parecido com um bebedouro com visor colorido e moderno, custa entre R$ 6 mil e R$ 7 mil, e pode produzir 30 litros de água potável por dia, com temperatura de 10ºC a 90ºC.
"É preciso apenas que a umidade relativa do ar esteja igual ou superior a 10%", disse o engenheiro. Segundo Paulino, o equipamento foi programado para funcionar com este percentual mínimo de umidade relativa do ar para que uma pessoa consiga se sentir bem um ambiente.
O sistema foi patenteado em 2010 e, de acordo com o engenheiro, tentativas de parcerias foram negadas por diversas instituições que atuam no segmento de peças e componentes usados na máquina. "Achavam que eu queria inventar a pólvora", divertiu-se.
Atualmente, o engenheiro tem 16 funcionários contratados para áreas de montagem, metalúrgica, mecânica e hidráulica. Até o ano passado, eram seis funcionários. O objetivo é ampliar a equipe para 30 profissionais se os projetos saírem do papel ainda este ano.

Engenheiro Pedro Paulino quer popularizar máquina que produz água (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)Engenheiro Pedro Paulino criou máquina que produz água do ar (Foto: Fernando Pacífico / G1 Campinas)

Fonte: G1

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