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Perdas de água são de 37,5% em Sorocaba

Trata Brasil aponta que vem ocorrendo redução na perda de água tratada na cidade ao longo dos anosA meta do Saae é reduzir para 27% o índice de perda desse recurso até 2020 - LUIZ SETTI / ARQUIVO JCSanderson.oliveira@ jcruzeiro.com.br




Anderson Oliveira

A cada 100 litros de água tratada em Sorocaba, 37,5 litros se perderam antes de chegar nas torneiras dos consumidores em 2013. O índice supera a média do Estado de São Paulo, de 32,1%, e é pouco menor do que a média de perda do Brasil, de 39%. Esse é o resultado de um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado na semana passada, com base nos últimos dados do Ministério das Cidades. Os principais responsáveis pela perda são as fraudes no sistema e os vazamentos nas tubulações. Para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Sorocaba, contudo, o problema também está na medição incorreta do sistema. Devido a isso, informa a autarquia, não dá para saber com exatidão se 37,5% é o índice de perda de água tratada na cidade.

O estudo do Trata Brasil aponta que vem ocorrendo redução na perda de água tratada em Sorocaba o longo dos anos. Entretanto, na avaliação de Édison Carlos, presidente da Trata Brasil, essa evolução tem sido em pequena escala. Segundo o instituto, o município perdia 40,6% da água faturada em 2009. Um ano depois, o índice passou a 41,6%. Já em 2013, foi reduzido para 37,5%. "É a mesma média nacional, o que é ruim para Sorocaba", diz Carlos.

Nos cálculos dele, com um índice de redução de perdas inferior a 1% ao ano, Sorocaba não deve conseguir reduzir sequer para 20% a perda de água tratada no intervalo de 15 anos. "É pouca coisa para uma escassez que veio para ficar", ressalta Carlos, lembrando a crise hídrica que afeta o sudeste brasileiro desde o ano passado.

De acordo com o presidente do Trata Brasil, a cidade precisa dar uma guinada com o objetivo de reduzir a perda de água. Isso passa, segundo Carlos, pelo planejamento de ações que não sofram interrupção com a troca de prefeito. "Porque, muitas vezes, tem que trocar a rede - às vezes antiga -, paralisar o trânsito, reorganizar a parte viária", comenta. Segundo ele, a falta de recursos não é uma explicação, uma vez que o Ministério das Cidades afirma ter verba para financiar projetos municipais que visem reduzir o índice de perda de água.


Metas


A meta do Saae de Sorocaba é reduzir para 27% o índice de perda desse recurso até 2020. Neste ano, a autarquia tem como objetivo fazer com que 66,5% de toda a água que trata chegue ao destino final. Isso quer dizer que 33,5% devem se perder antes disso. Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, essa é uma meta fácil de ser atingida, desde que o poder público mantenha o foco em seu planejamento.

A burocracia e a demora dos trâmites licitatórios, por sua vez, são os obstáculos existentes para se contornar de maneira mais rápida o problema da perda de água. Entre as principais ações do Saae para reverter essa situação, duas aguardam por esse motivo.

É o caso da instalação de macromedidores nas entradas e saídas das estações e reservatórios de água da cidade, conta o diretor do Saae, Adhemar José Spinelli Júnior. A licitação para compra desses aparelhos se encerrou, mas eles devem chegar apenas em abril. Segundo Spinelli, esses aparelhos vão servir para apurar exatamente quanto de água foi destinada para cada região da cidade. Assim, tendo a informação sobre o consumo nestas localidades, será possível ter maior exatidão sobre a perda de água. "Essas ações que estão sendo adotadas são para ter um valor fiel sobre a perda (de água)", atesta.

Outra licitação, que deve ser lançada em maio, prevê a contratação de empresa para realizar o corte de água e a fiscalização de fraudes, ele diz. Porém, conforme Spinelli, a previsão é de que a empresa vencedora da concorrência comece a trabalhar apenas quatro meses depois, ou seja, em agosto deste ano.


"Gatos" estão entre os problemas

Dois dos principais responsáveis pela perda de 37,5% da água tratada de Sorocaba são os vazamentos e as fraudes - os chamados "gatos" - encontrados diariamente no sistema pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). Por dia, são consertados 100 vazamentos pelas 22 equipes que atuam nesse problema. Apenas uma equipe, por sua vez, localiza e interrompe 60 ligações clandestinas ao mês. A licitação para contratação de empresa para atuar na fiscalização e combate às fraudes, prometida pela autarquia no fim do ano passado, será lançada em maio.

De acordo com Adhemar José Spinelli Júnior, diretor do Saae, os trabalhos de localização e conserto dos vazamentos de água na cidade ganharam maior agilidade nos últimos tempos. A medida foi possível porque a autarquia criou seis duplas, que percorrem a cidade em picapes na procura de vazamentos. "Isso reduz o tempo de atendimento a vazamentos menores", afirma. Em média, essas seis equipes, além de outras 16 que trabalham nos caminhões da autarquia, atendem a 100 vazamentos por dia. Para Spinelli, o número de vazamentos não é elevado, uma vez que a rede de água tem cerca de 1.800 quilômetros de extensão.

Entretanto, o número de consertos é bastante superior ao efetivado pelo Saae na fiscalização e destruição das fraudes no sistema de fornecimento de água. Conforme a autarquia, uma equipe com dois fiscais atende a 60 ocorrências desse tipo ao mês. O trabalho de fiscalização, além disso, é dificultado porque os fraudadores camuflam os "gatos" com concreto, informa a autarquia.


Licitação


Para intensificar os serviços de fiscalização e bloqueio dos "gatos" no sistema deve ser lançado em maio, assim que for concluída, a licitação para contratar uma empresa que irá cumprir essa função. Em matéria do jornal Cruzeiro do Sul, publicada no fim do ano passado, o Saae informou que iria terceirizar a fiscalização, contratando empresa para prestar esse serviço. Segundo o diretor do Saae, a expectativa, desse modo, é de que o trabalho de combate às fraudes no sistema de fornecimento de água comece quatro meses depois de conhecida a empresa vencedora. 

Notícia publicada na edição de 05/04/15 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

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